quarta-feira, 27 de maio de 2015

IMPACTOS CAUSADOS PELA PESCA DE ARRASTO

A pesca de arrasto é uma pratica geralmente usada na pesca do camarão, onde uma rede em forma de funil beirada por duas comportas é arrastada pelo fundo do mar levando tudo o que nela se prende, sem fazer diferença entre o que o pescador procura e o que ele não tem interesse. Entretanto, apenas um décimo do que se prende a rede realmente tem utilidade para os pescadores e os animais que não são aproveitados acabam sendo descartados ou servindo de material de pesquisa para laboratórios, entre eles estão as bolachas-do-mar, estrelas-do-mar e caranguejos, já que não possuem valor comercial algum. 
Adicionado a isso, outros animais também acabam sendo mortos, mesmo não tendo sido capturados, por sofrerem ferimentos ou mutilações provindas do arrasto. Como as redes agitam o fundo do mar, muito material fica em suspensão após a passagem dos barcos, nestas circunstâncias, há corais que não conseguem sobreviver à falta de luminosidade ou ao excesso de sedimentos.

Se tratando da pesca artesanal, feita dentro da zona econômica exclusiva do país, os impactos desta pesca se tornam minúsculos perto do que acontece no alto-mar, onde navios de pesca industrial varrem uma área correspondente a até 5 mil campos de futebol em uma única viagem, desertificando o fundo oceânico, como se ali nunca tivesse havido forma de vida. No alto-mar, vigora o princípio da liberdade de navegação, sobrevoos, pesca, pesquisa científica, instalação de cabos e dutos e construção de ilhas artificiais. Ninguém tem poder sobre está área, por consequência é tão difícil implantar leis que proíbam esse tipo de ação. 

Há seis anos, ambientalistas conseguiram levar a pesca de arrasto à Assembleia Geral da ONU. Esperavam sair de Nova York com uma moratória à atividade em águas internacionais — com apoio do Brasil —, mas a resolução final não foi como o esperado. 

Muitas das espécies, ainda não descritas pela ciência, habitam áreas de mares profundos, o que torna a pratica de pesca de arrasto um grande empecilho para que conhecimento cientifico sobre a fauna marinha se desenvolva. Portanto esse ato deve ser proibido ou repensado para que seja mais seletivo naquilo que se busca, não causando danos irreversíveis a vida marinha. Medidas definitivas devem ser tomadas o quanto antes para que não precisemos inaugurar um deserto pobre em nutrientes no fundo do mar.


Pense Verde! - F. Ferreira

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